domingo, 21 de abril de 2013

Mirem-se no exemplo...


Pô, um burro, um asno, teria ficado desempregado e ido parar na frente de uma escola estadual em São Paulo. Enquanto a molecada, os adolescentes fogem da escola, o burro, ao se ver desempregado, desamparado, foi buscar abrigo numa escola. Santa inteligência, Batman!

                               A matéria foi publicado no Terra, em 19 de abril, ‘Asno abandonado é visto em porta de escola na zonal sul de SP’. A matéria não divulgou se a secretaria da escola o atendeu, se conseguiu sua matrícula. Em todos os casos, vale pelo simbolismo do ato, a visão de futuro do cidadão asinino, que contrasta com a visão obtusa e opinião média da população.

Boa parte dos cidadãos, tem uma grande resistência em ler, conhecer, buscar o saber. Têm a ignorância como estilo de vida, ou até mesmo militante, e muitas vezes é familiar. Os pais, assim como seus filhos – a maturidade é inócua –  vivem na mais plena ignorância, chafurdando-se em programas de auditório, futebol, novela, e toda bagulhada que a televisão como recicladora de lixo bota na tela.


Os filhos se espelham em seus pais. Os pais, se espelham no que há de mais pobre e medíocre produzido pelos intestinos dos meios de comunicação e a vida cultural assim segue.

 Talvez a falta de visão do ex-empregador do burro  não tenha percebido ou compreendido seu raciocínio, a busca por formação, informação, atualização etc, e por isso deve tê-lo dispensado. Não podemos exigir que todos tenham o alcance, a compreensão e discernimento igual ao burro, seria exigir demais.

Aliás, se formos considerar as condições em que as escolas se encontram, pichadas, depredadas, cheias de grades e trancas, porque as instituições de ensino precisam se proteger de membros de sua própria comunidade que, ao contrário do burro, são selvagens, irracionais e perigosos, veríamos que inteligência é uma coisa escassa.

 

domingo, 14 de abril de 2013

Aumento de juros, vitória dos especuladores.


Há uma pressão incontida sobre o Banco Central, pior que a febre do rato para que aumente os juros.

O que tem comandado a inflação, são os alimentos, porém, são fatores que estão fora de alcance da taxa de juros. O tomate e a farinha de mandioca, que subiram mais de 100%, não serão influenciados caso a taxa básica de juros venha a oscilar para cima ou para baixo. Porém, especuladores e analistas anunciam o fim do mundo e que o Banco Central já deveria ter agido – aumentado a Selic.

A Taxa básica de juros – a Selic – pouco influi no consumo. Ela é mais eficiente para conter investimento – o que é totalmente descabido nesse momento. Para uma inflação de consumo, é preciso aumentar a demanda, e não restringi-la – exatamente o contrário do efeito da contração de crédito causada pelo aumento dos juros. Quando a produção não dá conta de atender a demanda, o melhor é incentivar o aumento da produção, ou seja, um aumento da economia do país, e não a restrição da demanda que mantém a economia do país do mesmo tamanho.

Acontece que toda uma elite que vivia de juros, e garantia parte de seus lucros no mercado de capitais, ficaram órfãos quando o BC murchou os 4 pneus dos juros no país. Descontada a inflação, pela primeira vez o Brasil tem remuneração de papeis equivalente aos países racionais. Quem quer ganhar muito que vá trabalhar.

Quando se ouve a choradeira geral por aumento dos juros, não é que haja uma preocupação tão grande com a inflação, é que a inflação é a deixa para pressionar o governo para voltar aos tempos em que se ganhava com a especulação.

Segundo os indicadores, a indústria anda de lado, o comércio arrefeceu, ou melhor, esfriou. A inflação de serviços também está esfriando, ou seja, não é hora de aumentar juros – diminuir o ritmo da economia – se os índices já apontam para isso. Mas como disse, o discurso do controle da inflação esconde a intenção de aumentar os juros, ainda que penalize o país, pois aumenta a dívida pública, hoje perto de 2 trilhões de reais, exatamente por causa dessa estupidez de juros estratosféricos. Em vez do país investir fortemente em infraestrutura, principal carência nacional, o país torra rios de dinheiro em bancos. Dinheiro que não traz um alfinete para o país, mas engorda porco gordo.

Pelo tamanho da pressão, o país deve perder para a especulação. Vem aí, o aumento de juros, para a felicidade dos banqueiros e afins. Palma para eles.