domingo, 17 de fevereiro de 2013

O ‘partido-suspiro’ de Marina

O novo partido de Marina Silva – que não tem nome de partido mas é composta de políticos como todo partido, é uma agremiação política como todo partido, tem filiação de eleitores como todo partido, elegerá pessoas como todo partido, defenderá interesses como todo partido e cumpre legislação de partido para sobreviver – faz cara de não partido.

Marina disse que não é de esquerda nem de direita, não é oposição nem situação, a agremiação não poderá receber grana da indústria de fumo, álcool, droga, armas agrotóxicos, nem de pecadores e vilões. Anjos, fadas, virgens, borboletas e joaninhas inspirarão a nova agremiação.

Só será permitida uma reeleição. Não sei se o partido tem alcance do que isso impõe na prática. Será que tem tanto quadro assim para que um deputado, um senador, depois de reeleito não possa mais se candidatar ao cargo, tão comum em todas as outras agremiações.

Parece muita ideologia, muito idealismo e pouca realidade. Parece um ‘partido-suspiro’: muito vento e pouca substância.

Assim como o DEM, o Partido Democrático, que é um partido político, porém, não se nomeia como tal, exatamente por causa da prática de pessoas como seus membros deixaram a política parlamentar no país, uma titica. Só que eles – como todos – dizem que os problemas são os outros, o que tem de ruim é culpa dos outros, eles são santos e puros num mundo profano.

A ‘#Rede Sustentabilidade’, como foi registrado é uma arca de Noé, ou um balaio de gatos, para ser mais direto. Tem gente que veio do PT, do PSDB, do PV, do PSOL. Vamos ver na hora de tomar posição, como vão agir. A Heloisa Helena, a ex-barraqueira do PT, que foi para o PSOL, e agora integra a nova agremiação, quero ver como as coisas funcionarão na prática, o posicionamento da legenda, ou se será mais um PMDB, um deita e rola, cada um faz o que bem entende.

É preciso dar pelo menos um ano para ver aonde a coisa assenta. Por enquanto, como já falei, é muito idealismo, muita conversa. Na hora em que a Dilma chamar pra conversar, a oposição jogar um chaveco, na hora em que aparecer um projeto polêmico, e principalmente, os lobistas, a grana, a tentação, aí é que o partido que não é partido vai testar esse seu idealismo inspirado nos anjos e fadas.

Amém pra eles.



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