segunda-feira, 16 de junho de 2014

Aécio: lição de Tancredo para governar para a elite.

Aécio Neves conta que certa vez, no carro com seu avô, Tancredo Neves, eleito presidente da República pelo Colégio Eleitoral, o veículo foi tomado por uma população entusiasmada, que o aplaudia e ovacionava. Impressionado, Aécio teria elogiado o prestígio do avô. Tancredo teria respondido de pronto algo como: eu acabo com isso em seis meses.
   Aécio tem isso como uma grande lição deixada por seu avô, de não temer tomar medidas que desagradem a opinião pública e contou essa passagem por várias vezes ao longo dos anos. Vem daí sua promessa declarada de que não evitaria medidas impopulares. 
   Dessa promessa vêm a apreensão sobre caso Aécio venha a ser eleito, de encerrar a tão criticada pela mídia e a elite, a política de reposição do poder de compra do salário mínimo, ou seja, reajustes acima da inflação, política consistente que começou no governo Lula e se mantém ano a ano no governo Dilma. O Bolsa Família, tão criticado pela nobreza rancorosa taxando-o de meramente eleitoreiro. O financiamento de cursos superiores para estudantes de baixa renda. Os ganhos salariais acima da inflação e da produtividade, que para alguns economistas, é fonte de inflação. Se implementadas, essas “medidas impopulares” - e outras - terão como alvo predominantemente os já menos favorecidos, a população carente.
   Há também a já anunciada “reposição tarifária” de energia elétrica, combustíveis e outros, que, Dilma se reeleita, também deve fazer, só não se sabe o quanto, e como cada um uma vez eleito, o fará, e são iniciativas que atingem a sociedade como um todo: os que lucram e os que pagam.
   O problema não são as medidas impopulares que façam os ajustes necessários para que o país cresça e diminua as desigualdades sociais, porém, as que agradem somente as elites, saudosas do Estado para uma classe só.
   Aécio é o candidato ideal dos dissimulados. Promete o paraíso, uma vez eleito, não se importa em desagradar a maioria da sociedade, e fazer a vontade de seus pares, os donos da riqueza. O principal opositor de Dilma agora que está lançando sua candidatura oficialmente aparece cada vez mais nos meios de comunicação. É a mídia, que tem seu candidato, fazendo sua campanha.