sábado, 31 de agosto de 2013

O sheriff vem aí.

Obama acabou de fazer um pronunciamento em que disse que vai ao Congresso pedir aval para agir militarmente na Síria, mas que não irá pedir permissão a ONU.
O "sheriff" está espetando sua estrela na lapela e ajeitando a arma no coldre. Pra quê a ONU, se a justiça é unilateralmente decidida, se seu Conselho de Segurança vai assistir pela televisão a atitude de um de seus membros fazer justiça pelas próprias conveniências?
Assim como no Iraque, a ONU vai servir de camareira. Tio Sam entra, faz o que quer, o quanto quer, e ao terminar o serviço, deixa o ambiente para a camareira entrar e limpar, arrumar o quarto. A ONU pelo jeito aceita e se submete a sua condição de subordinada. De organismo criado para evitar e mediar conflitos, se reduz a agente de Estado a sérvio dos norteamericanos.

Síria, de criminosa à vítima.

A Síria de um show de horror ao fazer uso de armas químicas causando uma imensa indignação, além da morte de aproximadamente 500 crianças. Não ficou claro ainda se foi uma iniciativa do governo ou dos insurgentes, que dominam boa parte do país, inclusive armamentos que eram do governo.
A opinião pública de imediato se revoltou e se posicionou contra o governo de Bashar al Assad, uma dinastia que escreve a história com sangue de seu povo.
A indignação e sentimento de que isso não pode passar impunemente, foi a deixa para os EUA entrarem na conversa com seu aparato bélico-militar.
Interessante como os conceitos mudam em relação aos atores em ação. Com a iminência de um ataque por parte dos países ocidentais capitaneados pelos EUA, a Síria começou a deixar de ser opressora e assassina, para se tornar vítima do imperialismo.
O governo Obama já decidiu que o uso de armas químicas saiu de ordens de Assad, ainda que suas evidências sejam refutadas. Apesar de apoiar os rebeldes e defender a queda de Assad, já se passaram dois anos e não há perspectiva de resolução do conflito a curto prazo. Esta seria a deixa que Obama teria para entrar diretamente no conflito, e derrubar o governo. A consequência é uma mobilização anti-EUA na região e por parte da opinião pública internacional.