quarta-feira, 20 de abril de 2011

O jeitinho brasileiro e a Vale do Rio Doce

Fernandenrique teria dado a Companhia Vale do Rio Doce a preço de banana, segundo alguns. Difícil achar alguém que concorde com a estimativa do governo da época que a empresa valia os menos de cinco bi que foi arrematada. Também não precisa levar em conta a expectativa mais alta que chega por volta dos 100 bi.
Se valia a Vale 5, 10, 50 ou 100, até então Inês é morta. Já era. Mas agora que po bolo cresceu e a empresa chegou a faturar em 2010, 30 bi, o governo - capitaneado pelo ministro Guido Mantega - satisfez a antiga vontade do governo da estrelinha vermelha de trazer a empresa para o curral governamentista.
Entre um conchavo com o presidente do Bradesco - um dos principais acionistas da Vale junto com o governo - que quer manter as contas bancárias nos correios que renderam ao banco algo como 800 milhões de reais, Mantega teria fechado negócio: o banco fica com os correios e entrega o pescoço de Agneli. Feito.
A Vale - ou melhor, Roger Agnelli - tomou várias medidas que desagradaram o governo Lula, como demissões em época de crise, a recusa em aceitar um imposto de 5 bi - alguns meios falam em 4 - teriam levado o governo a pedir a cabeça do administrador.
Mas a coisa não se restringe à queda de Agnelli, mas Mantega vai botar na cadeira ninguém menos que seu principal assessor, Nelson Barbosa, do Ministério da Fazenda, ou seja, nomeado como o governo nomeia chefes em empresas controladas pelo governo. Praticamente o governo conseguiu a reestatização da empresa sem gastar um tostão. O anti-FHC. Se deu de graça, voltou de graça. A Vale se tornou pau-mandado do governo.
A Dilma diz que não quer ouvir um pio sobre o assunto.